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01/04/2011Paulo Figueiredo Barreto: exemplo de amor e força
Um homem sereno, de personalidade forte e marcante, e muito admirado pela garra e responsabilidade nas decisões tomadas. Assim era Paulo Figueiredo Barreto, um cidadão ímpar, que teve papel fundamental no desenvolvimento da indústria sergipana. Se estivesse entre nós, no dia 29 de março de 2011 completaria 100 anos.
Nascido no município de Nossa Senhora das Dores, filho de Egas Muniz Barreto e Leonor Figueiredo Barreto, em 1926, aos 15 anos, mudou-se para Aracaju (após a morte do seu pai) para trabalhar. Muito determinado, empregou-se em várias lojas do ramo da confecção até que, um dia, tomou a decisão de morar em São Paulo, onde trabalhou também em diversas empresas do segmento têxtil. Após muitos anos, retornou a Aracaju onde fundou na Rua Laranjeiras a Casa Vermelha, conceituada loja de confecções e tecidos da época, passando depois para a Rua João Pessoa, 45, mudando o nome para Irmãos Figueiredo Ltda.
Amigo de todos e cidadão muito respeitado, Paulo Figueiredo Barreto foi casado com Cleonice Franco Barreto, com quem teve 4 filhos: Adilson, Luciano, Marcelo e Francisco. Pai exemplar, ele passou para seus herdeiros lições de dignidade, amor e honestidade. “Era o melhor Pai do mundo. Nos deu toda a assistência necessária no que podia, em especial em relação aos estudos. Fomos estudar na Bahia e tenho certeza, que todos nós demos muito orgulho a ele”, recorda Adilson Barreto, o mais velho dos filhos.
Luciano Barreto, concorda com o irmão. “Ao mesmo tempo em que era um empresário dedicado, ele era muito preocupado com o futuro dos filhos. Ele não abria mão que todos nós estudássemos. Era rigoroso nas cobranças quanto ao nosso comportamento e insuperável como Pai. Era muito amoroso e carinhoso”, relembra, emocionado.
Paulo Figueiredo Barreto foi um grande nome no Estado de Sergipe. Iniciou sua atividade sindical como Presidente do Sindicato da Indústria de Confecções de Roupas de Homem de Aracaju. Em 27 de março de 1955 tomou posse como Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (Fies), onde ocupou o cargo por 11 anos, construindo uma forte base de proteção ao trabalhador sergipano. Nesta época, cujo governo era o de João Goulart, foi escolhido, com outros dois Presidentes de Federação das Indústrias, interventor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), indicação esta feita pelo seu grande amigo, Francisco Franco Montoro, então Ministro do Trabalho.
“Ele foi um dos maiores símbolos do empreendedorismo no Estado. Um nome que levou a indústria e o comércio sergipano às grandes conquistas, deixando um legado de honradez e caráter. A imagem que temos de Paulo Barreto é de um grande pai, ótimo avô e um excelente homem de negócio a frente do seu tempo”, destaca o filho Marcelo Barreto.
“Papai nos deixou muitos legados. Mas eu destacaria a obstinação pelo trabalho, fazendo dele um apostolado na busca incansável do desenvolvimento de sua terra e de sua gente. Plantou esta semente em cada membro de sua família e que se prolifera nas gerações seguintes. O fez também no âmbito classista, tendo se destacado na Fies, sendo até hoje respeitado e reverenciado. Na família, fez de cada filho uma semente de paz e amor, frutificada nos netos e bisnetos que hoje o reconhece como um líder”, relembra o filho Francisco Barreto.
Paulo Barreto sempre é lembrado em Sergipe. Seu nome, está registrado na história dos grandes empreendedores que deram ao Estado visibilidade nacional, estabelecendo modos industriais e comerciais, o que contribuiu significativamente para o crescimento econômico e social.
E ele sempre quis mais e mais! Em 1968, iniciou suas atividades no setor agropecuário, tendo sido também o primeiro Presidente do Lions Clube de Aracaju. Conhecedor e admirador da história de Sergipe, o governador Marcelo Deda destaca a importância que Paulo Barreto teve para todo o Estado, enaltecendo que ele foi um representante autêntico da capacidade e do espírito empreendedor.
“Paulo Barreto foi um homem grande em atitudes que marcou seu tempo pelos exemplos de trabalho, amor à família e dedicação aos amigos. Como empresário, marcou época e fez da sua vida empresarial sergipana uma referência inspiradora. A sua liderança somada ao respeito atravessou as nossas divisas e permitiu-lhe destacar-se nacionalmente. Um homem atuante, que marcou seu tempo pela capacidade de empreender, pela seriedade com que geriu seus negócios, pela assistência aos mais necessitados. Paulo Barreto, não apenas ajudou a construir seu tempo, mas deixou-nos um legado através de seus filhos que, a exemplo do seu pai, tornaram-se homens de negócios bem sucedidos, colaboradores do desenvolvimento econômico e contemporâneo de Sergipe", destaca.
Paulo Barreto faleceu em 17 de outubro de 1993, aos 83 anos. Deixou 14 netos, 17 bisnetos e uma legião de amigos. Hoje, ele é uma lenda do comércio e da economia de Sergipe, destaque que até hoje inspira os novos empreendedores. “Meu pai exerceu suas missões sempre com muita transparência e enorme capacidade de lutar, defendendo tudo no que acreditava. Seus ensinamentos iluminam permanentemente o meu caminho e da minha família. Tenho muita saudade e sinto frequentemente sua falta. O amo muito e sempre continuarei fazendo de tudo para honrar o seu nome e mostrar que sua luta não foi em vão”, afirma o filho Luciano Barreto.
Esta é uma homenagem dos seus quatro filhos (Luciano, Marcelo, Adilson e Francisco), suas noras, netos, bisnetos, amigos e do povo sergipano.
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